A igreja de Santa Leocádia Implanta-se sobre um pequeno esporão aplanado que oscila entre as cotas dos 245 e 235 metros. Apresenta amplas vistas sobre o vale de Briteiros e uma estreita relação visual com a Citânia, localizada a este (cerca de 2000 metros em linha reta). O cume aplanado é delimitado por taludes pronunciados, definindo estreitas leiras de cultivo.

Este local demonstra uma ocupação ampla ao longo dos tempos, sendo os vestígios mais antigos datados do período galaico-romano, documentados por uma ara, com cronologia que aponta para os séculos II e III, bem como diversos fragmentos cerâmicos, consentâneos com o mesmo período, quer de construção, quer de cerâmica comum, encontrados à superfície na pequena mata a sul da igreja. Estes indícios podem levar a inferir que neste local possa ter existido alguma ocupação em período galaico-romano, embora não nos seja possível aventar a sua tipologia concreta.

A ocupação do local já em período medieval é atestada pelos diversos vestígios arquitetónicos – tais como capiteis, base de coluna, colunas ou pilastras - das diferentes fases de construção do templo cristão, bem como de duas sepulturas. Uma destas sepulturas, e segundo a lenda local transmitida ao longo dos tempos, seria do “Rei Wamba”, figura mítica do imaginário local. Na mata a sul da igreja é possível constatar a existência de diversos fragmentos cerâmicos, alguns dos quais com pastas e formas pertencentes ao período medieval. Estes vestígios levam-nos a concluir que em período medieval neste local já existiriam um templo e algum tipo de povoamento, o que demonstra a ocupação humana contínua deste pequeno esporão num amplo período histórico.