No Museu Pio XII, em Braga, encontra-se depositada uma ara, referida como proveniente do adro da igreja de Santa Leocádia de Briteiros. A esta peça foi dado o número de inventário MPXII.LIT.513.

A ara é de granito de grão médio, com as seguintes dimensões: 27 cm de altura, 18 cm de largura e 14 cm de espessura. A peça é composta por base, fuste e capitel onde ainda é possível visualizar parte do foculus, que apresenta cerca de 3cm de diâmetro. O campo epigráfico encontra-se distribuído na face frontal e na face lateral direita, estando gravada de forma contínua nas duas faces. Todos os lados apresentam um elevado nível de erosão, fato que afeta a leitura do texto.

A inscrição apresenta a seguinte leitura: Amb- / at- / a / Dibus / e(x) i(ussu) u(otum) re(tulit) / u(otum) s(oluit) / Bonu[s], (Redentor 2017) que pode ser traduzida como: Ambata e Bonus cumpriram o voto de livre vontade. Contudo, a leitura desta peça parece não ser consensual, uma vez que no catálogo do museu Pio XII (2009) a sua leitura é a seguinte: […] I M[./ …]O RV [• ] / LVS / / V? O?. Os dedicantes, a serem Ambata e Bonus, revelam nomes conotados com a onomástica servil, sendo o primeiro um nome comum no quadro da onomástica indígena peninsular, enquanto o segundo é de origem latina. A cronologia desta peça deverá situar-se entre os séculos II e III (171-270) (Redentor 2017).