Na carta arqueológica do município de Guimarães encontra-se assinalado um habitat na zona da igreja de S. João de Ponte, com uma cronologia associada ao período galaico-romano.

A igreja de S. João de Ponte situa-se numa zona de vale bastante espraiada, em localização com grande potencial agrícola, e ficando-lhe a oeste o rio Ave.

São vários os vestígios dispersos entre a zona envolvente da igreja de Ponte e a quinta da Ribeira (na zona mais próxima à referida igreja), na mesma freguesia, que atestam a presença humana em período galaico-romano. Por um lado, temos a indicação de duas epígrafes romanas – sendo uma consagrada às Ninfas, e uma outra presumivelmente consagrada a Júpiter. Os fragmentos cerâmicos são abundantes à superfície, sendo que a sua tipologia é abrangente, sendo mormente material de construção, como fragmentos de telha e tijolo, cerâmica de uso comum, cerâmica mais fina, e pelo menos um silhar almofadado reaproveitado num muro adjacente ao adro da igreja.  Luís de Pina (1928) faz menção à existência de um forno romano, bem como a sepulturas de tijolos e pedras. Note-se que esta zona se encontra a cerca de 1 km da ponte de Campelos (esta fica a sudoeste), a qual tem as suas origens em período galaico-romano.  Dista, ainda, cerca de 2 km da zona do Banhos Velhos, em Caldelas, local com vestígios de um balneário romano, e da Ara de Trajano, ara honorífica dedicada ao Imperador Trajano. Face aos vestígios aqui situados não é possível enjeitar a hipótese de aqui ter existido uma ocupação de tipo agrário, e coeva dos vestígios materiais e monumentos atrás referidos.

De salientar que este local aparenta ter tido uma ocupação contínua nos séculos seguintes, como sugere um dinar, datado do século VIII e associado a um período bastante conturbado com as constantes altercações entre os califados e as forças que se lhes opunham. O padre Joaquim Torres, antigo pároco da freguesia de S. João de Ponte e da qual realizou uma monografia, faz menção a uma doação ao mosteiro de Guimarães e a Mumadona Dias de um pequeno mosteiro em S. João de Ponte em meados do século X (Torres, 1988). Com efeito, os diversos vestígios de diferentes fases de construção do templo parecem comprovar a ocupação continuada deste local.