Esta propriedade está localizada na freguesia de São Torcato, distando cerca de 2km do centro da vila. Existem registos do século XVI que referem o possível espaço onde ficaria a quinta da Agra, embora com outra designação, havendo outros registos de possíveis grandes beneficações no século XVIII.  A propriedade da Casa da Agra abre-se, a norte, para o vale agrícola, aplanado, e fecha-se, em todo o arco nascente-poente, por mancha arbórea densa. A norte ficam as áreas de cultivos das quintas que são contíguas, todas elas implantadas no vale do rio Selho. Junto à casa principal desta propriedade destaca-se a envolvente árborea, com alguns exemplares arbóreos de coníferas e as fontes dentro do espaço de jardim. A Casa da Agra tem uma implantação segundo as curvas de nível, próxima à curva de nível de 300 metros, cota a partir da qual vai surgindo toda uma encosta arborizada, a este. A oeste, o terreno ganha uma pequena elevação, por entre o carvalhal, voltando a descer, em encosta, até ao rio Selho. O caminho de acesso à Casa da Agra é implantado entre encostas arborizadas, maioritariamente com carvalho-alvarinho (Quercus robur) e alguns pinheiros-bravos (Pinus Pinaster). Na aproximação à Casa da Agra a primeira perceceção que se tem é do muro em granito com pináculos nas arestas, com cerca de 2 metro e meio de altura, que fecha completamente o espaço da casa e do jardim. Ao longo do caminho que ladeia o muro, encontram-se clareiras de prados, rodeados por tílias (Tilia tomentosa) emoldurado por um carvalhal contíguo, a norte, que se estende desde a entrada da quinta até às áreas agrícolas, a norte, e a encosta para o rio Selho, a oeste. Alguns dos exemplares deste carvalhal são seculares, atestando a antiguidade da propriedade e a preocupação com a envolvente arbórea à casa. Através da entrada principal, a oeste, com portão em pinho, envolvido por portal em granito, coberto por telheiro, tem-se acesso a pequeno terreiro no interior dos muros, e ao espaço do jardim. Nesta área, sem um jardim formal na atualidade, o destaque vai para a presença de três fontes e para alguma vegetação arbórea existente. A fonte mais simples, adoçada à parede, a este, do muro, é constituida por tanque em pedra, recorcado com uma bica de água inserida no muro. Ao centro do espaço está um tanque em pedra com espaldar baixo, de onde jorram duas bicas colocadas opostamente, decorado a azulejo azul e branco, encimado por dois pináculos arredondados nas laterais, e uma taça em pedra, central. A outra fonte, no lado este do espaço de jardim, da qual não se sabe a origem, tem espaldar elevado, decorado com azulejo, encima por cruz ao centro e pináculos lateriais. Com nicho ao centro, onde está inserida figura escultórica da Virgem, tem a bica de água central, com carranca em motivos fitomórficos, que verte para tanque em pedra, simples, sem ornamentação. Da vegetação arbustiva e sub-arbórea ornamental existente, além daquela que é mais comum neste tipo de jardins, como a camélia (Camellia japonica), a bergénia (Bergenia cordifolia) e a iúca (Yucca gloriosa), também se podem encontrar alguns exemplares arbóreos, tal como o cipreste de Lawson (Chamaecyparis lawsoniana), o Cedro-do-Atlas (Cedrus atlantica) e o carvalho-americano (Quercus rubra).