No Museu da Sociedade Martins Sarmento encontra-se depositado um machado de talão, proveniente de uma bouça da Quinta da Tulha, adquirido por Martins Sarmento. Foi encontrado ao “quebrar um penedo numa bouça” (Sarmento, 1898) e “estaria n’uma fenda, que elle tinha – o que é bem possível e não é raro.” (Sarmento, 1898).
Trata-se de um machado em bronze, de talão com uma aselha, não apresentando cone de fundição. Verifica-se a existência de uma pequena fratura num dos cantos do gume, bem como alguns golpes num dos lados do talão – estes podem estar relacionados com o seu achado e com o fato do(s) seu(s) achador(es) ter(em) tentado perceber se estaria(m) perante um objeto de ouro.
O machado tem 13.3 cm de comprimento, 2.8 cm de largura do talão e 2.3 cm de espessura. A nervura central é bem visível: é bifacial, mas não é igual – com um comprimento de 5.1 cm e 4.8 cm, e os rebordos são salientes, formando duas caneluras. Em 1913 o machado foi alvo de uma análise química efetuada por L. Siret (Sampaio, 2014), que demonstrou que estamos perante um machado de bronze com liga de cobre, estanho e traços (1,25%) de antimónio. A ausência de estanho, ainda que em percentagem residual, é estranha nestas produções metálicas do Bronze Final.