Esta unidade de paisagem fica localizada na freguesia de Infantas, a sudeste o centro da cidade de Guimarães, com aproximadamente 95ha. É composta pelos vales encaixados do ribeiro de Cabra e do ribeiro do Vale do Areeiro, ocupados sobretudo por terrenos agrícolas. Carateriza-se pela disposição de dois vales a norte, dos dois ribeiros já referidos, que confluem para um mesmo vale, na área mais a sul da unidade, onde o ribeiro do Vale do Areeiro irá encontrar o ribeiro de Cabra. O relevo da unidade é marcado pelos vales encaixados das duas linhas de água que a atravessam, separadas por uma linha de festo ou cumeada por onde passa estrada que desce até ao ribeiro do Vale do Areeiro. O lado noroeste da unidade de paisagem, no vale do ribeiro de Cabra, é marcado pela presença de três linhas de água e um relevo mais acentuado que lhe confere parcelas agrícolas mais sinuosas acompanhando a topografia do terreno.

A cota mais elevada desta unidade fica a cerca de 250 metros de altitude, do lado noroeste, próximo da estrada nacional 101. A cota mais baixa fica no extremo sul da unidade, no ribeiro de Cabra, a cerca de 190 metros de altitude. De acordo com a Carta Geológica, a área da unidade de paisagem é dominada por formações de Granito de Guimarães e Santo Tirso, na parte central, e aluviões a acompanhar o ribeiro do Vale do Areeiro, Granitos de Burgães, Selho e Arões e orlas de metamorfismo de contacto, a este da unidade, a que corresponde a área com relevo mais sinuoso e acidentado. A área agrícola é marcada pela compartimentação dos terrenos em parcelas pequenas, limitadas por alguma vinha em enforcado tradicional e modernizada (com recurso a pilares de betão), havendo também compartimentação feita por pequenos caminhos, ladeados por vezes por vinha em ramada. Este tipo de vinha e as suas estruturas características marcam presença também as entradas e caminhos de acesso às casas de quintas. A compartimentação das parcelas agrícolas ocorre frequentemente com choupos (Populus nigra), árvores colunares, estreitas e altas, com alguma dimensão, possivelmente resultante do abandono da prática da vinha de enforcado, em que estas árvores serviam de tutor. Assim, a compartimentação em parcelas pequenas é a característica mais marcante desta unidade de paisagem, apenas havendo alguns terrenos com parcelas maiores, formando pequenas várzeas, nas margens do ribeiro de Cabra, no lado sul da unidade de paisagem, correspondente à base das encostas voltadas a poente – possivelmente nos terrenos das Quintas do da Castanheira, do Areeiro e do Outeiro. Nesta unidade é ainda possível encontram alguns canais de rega que conduzem a água desde os pontos mais altos das linhas de água para os terrenos agrícolas onde se cultiva milho e forragem.

O estrato arbóreo é muito desenvolvido e estará mais denso próximo do limite com estrato arbóreo tem alguma presença nesta zona, estando essencialmente presente no limite do extremo norte da unidade de paisagem, acompanhando a estrada nacional EN101, com manchas de carvalho-alvarinho (Quercus robur), alguns com grande dimensão. Outra mancha de vegetação arbórea considerável fica no lado sul da unidade de paisagem, a envolver o ribeiro de Cabra, que pela sua configuração e localização, provavelmente terá resultado do abandono de parcelas agrícolas. A oeste, numa área contígua às quintas da Corujeira e de Fervenças, para lá do limite da unidade, há uma grande área florestal, composta essencialmente por carvalho-alvarinho (Quercus robur) e castanheiro (Castanea sativa).

As principais linhas de água que atravessam e definem esta unidade são o ribeiro de Cabra, ribeiro do Vale do Areeiro e ribeiro da Castanheira. Nenhum dos ribeiros ocupa uma posição central na unidade, também não tendo leitos com dimensão suficiente para serem marcantes na paisagem, mas acabam por desenhar os vales e talvegues, com a bacia hidrográfica principal a pertencer ao ribeiro de Cabra, para onde conflui o ribeiro do Vale do Areeiro, na margem esquerda e o ribeiro da Castanheira, na margem direita. A presença de vinha em ramada é bastante visível ao longo de alguns troços do ribeiro do Vale do Areeiro, reportando à exploração desta forma tradicional de condução da vinha.

Nos limites da unidade de paisagem, a norte, há algumas quintas dispersas no vale, e a oeste, em cotas mais altas, há também quintas e as respetivas casas, destacando-se a Quinta das Corujeiras e a Quinta da Fervença, no limite oeste da unidade, com a extensa área de vinha em bardo, nos terrenos da encosta voltada a nascente. A disposição geral das quintas a meia encosta e/ou periféricas ao vale, permite libertar os terrenos na cota mais baixa, mais férteis e húmidos, para a agricultura, como acontece noutros locais e com outras unidades de paisagem no restante concelho. A implantação das quintas nas encostas do vale, a cotas mais elevadas, permite que as casas tenham uma maior exposição solar, maior salubridade e vistas privilegiadas sobre os terrenos agrícolas. Por outro lado, as quintas com edificações na área do vale, em cotas mais baixas, têm o acesso facilitado, normalmente com as casas colocadas paralelamente a estradas e caminhos. No limite oeste da unidade, nas encostas voltadas a norte, esta zona surge quase sem a presença de quintas, talvez devido à situação de exposição solar menos favorável. No entanto, para a ocupação e urbanização mais recente, este fator não se releva importante, havendo construções a norte e a oeste da unidade da paisagem, em situações de declives acentuados e em cotas mais altas.