Localizada no noroeste do concelho de Guimarães, no limite com o concelho de Braga, esta unidade de paisagem encontra-se totalmente integrada na freguesia de Longos, envolvida pela zona montanhosa da Serra da Falperra, a poente e o monte do Sameiro, mais a norte. A área da unidade é, aproximadamente, de 110 ha ocupados pelo vale do ribeiro do Fojo e as encostas voltadas para a aldeia de Longos.

A unidade tem ocupação maioritariamente florestal com zonas agrícolas a desenvolverem-se em patamares ou socalcos, por entre o espaço arborizado. É possível atravessar esta unidade de paisagem em toda a sua extensão percorrendo um caminho situado sensivelmente a meia encosta do lado nordeste do vale do ribeiro do Fojo. A sul desta unidade localiza-se parte da área mais urbanizada de Longos e um pouco mais a sul a Unidade de Paisagem Agrícola de Longos, Balazar, Sande São Lourenço e Sande São Martinho. A área da unidade de paisagem integra-se também na “Área de Intervenção do Programa Intermunicipal dos Sacromontes”, de acordo com o definido pelo Despacho n.º 12068/2018, publicado em Diário da República n.º 241/2018, Série II de 2018-12-14. De acordo com a Carta Geológica de Portugal (Folha 5-D Braga), a área da unidade de paisagem é dominada por formações de Unidade de Vila Nune e Granito do Sameiro. A unidade de paisagem abrange o vale do ribeiro do Fojo e as suas encostas, nordeste e sudoeste do vale.

A área desenvolve-se acima dos 250m de altitude, tendo o ponto mais alto próximo dos 500m de altitude. O relevo é acidentado, com declives entre os 15-25%.  A exposição solar é, predominante sudoeste e sul, com parte também voltada a este. Para o vale confluem a ribeira de Balazar/rio de Paus, o ribeiro de Cabreiros e a ribeira de Cancela/Vessadas, na vertente nordeste.

A unidade é composta por estrato florestal e pequenas parcelas agrícolas em socalcos que acompanham os declives do terreno. Encontram-se exemplares notáveis de sobreiro (Quercus suber) e Carvalho-alvarinho (Quercus robur), inseridos na mancha florestal predominantemente de folhosa, que apresenta alguma continuidade e dimensão, transitando para uma mancha cada vez mais esparsa, acabando por ser completamente substituída por eucaliptal (com a presença pontual de pinheiro-bravo (Pinus pinaster)) nas cotas mais altas. As folhosas acompanham as áreas mais baixas do vale, em bordaduras dos campos agrícolas, áreas de matas de proteção e bouças.

No extremo norte desta unidade, que confina com o concelho de Braga, junto ao portão da Quinta do Fojo (ocupada atualmente pela Ordem de Santa Cruz), tem início um caminho (com cerca de 2km de extensão) que permite percorrer uma extensa área da unidade, sensivelmente na meia encosta do lado nordeste do vale do ribeiro do Fojo. Este caminho, que terá sofrido alargamento, preserva ainda um muro contínuo em pedra seca de granito, apenas do lado voltado para o vale. À medida que se percorre o caminho no sentido noroeste-sudeste, é possível acompanhar o vale do ribeiro do Fojo e notar os diferentes usos e ocupações (desde o eucaliptal/pinhal, os conjuntos de sobreiros (Quercus suber), passando pelo olival, terrenos agrícolas com culturas forrageiras, das quintas e as matas com predomínio do Carvalho-alvarinho (Quercus robur)), havendo a perceção de que a vegetação arbórea folhosa fica concentrada maioritariamente do lado do caminho voltado para o talvegue.

Nesta unidade insere-se a Quinta do Fojo (pertencente à ordem de Santa Cruz) por onde passa a ribeira do Fojo que tem nascente no concelho de Braga e atravessa a área da quinta de noroeste para sudeste. Esta quinta ocupa parte do vale e suas encostas sudoeste e nordeste, de ambos os lados do talvegue. Estes terrenos têm orientação predominante de sudeste, estando localizados a cotas superiores a 400m. A envolvente dos terrenos é florestal, havendo uma bordadura de folhosas (essencialmente carvalho-alvarinho (Quercus robur), pontualmente com sobreiro (Quercus suber) entre a área agrícola e o eucaliptal. Os terrenos entre a parte edificada e a área florestal apresentam alguns socalcos e patamares, com os edifícios dispostos em alguns destes patamares, sobretudo nas cotas superiores. A ligar os diversos elementos construídos desenvolve-se um espaço de jardim, composto por relvados/prados, várias espécies arbustivas, desde aromáticas (como por exemplo o alecrim (Rosmarinus officinalis)) e ornamentais (o loendro (Nerium oleander), o agapanto (Agapanthus africanus), o marmeleiro do japão (Chaenomeles japonica), hortênsias (Hydrangea macrophylla), o azevinho (Ilex aquifolium), a bergénia (Bergenia cordifolia), crisântemo (Chrysanthemum sp.)), assim como arbóreas folhosas, como o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa) e coníferas, como o cipreste-comum (Cupressus sempervirens L.) e o cedro-do-Atlas (Cedrus atlantica). A área agrícola é marcada pela presença de algumas oliveiras e as vinhas em ramada na bordadura dos terrenos.

Os limites visuais desta unidade de paisagem são marcantes, devido à presença próxima do conjunto montanhoso da Serra da Falperra, a sudoeste e a este. A sul, esta unidade apresenta uma abertura visual franca, para todo a área aplanada que inclui a Unidade de Paisagem Agrícola de Longos, Balazar, Sande São Lourenço e Sande São Martinho, a uma cota mais baixa (aproximadamente 230m de altitude).

Do património imóvel que se destaca nesta unidade pode-se incluir a Quinta do Picoto, com o caminho de acesso envolvido por um carvalhal, terrenos com vinha em bardo e vistas panorâmicas que dai se consegue ter, e as ruínas da quinta da Mata da Pena, junto ao caminho, já referido, que atravessa a unidade de passagem.