O Cruzeiro de São Francisco, localizado no antigo Largo das Carvalhas, era um dos marcos de jurisdição da Ordem Franciscana. Segundo a sua inscrição foi mandado erguer pelo «O PADRE MESTRE ANTONIO FERNANDEZ», conforme é, também, mencionado na bibliografia do século XIX. A análise dos registos fotográficos recolhidos comprovam que a inscrição que hoje vemos foi intervencionada, não tendo sido considerada a representação do «O» inicial, do «R» e do «M», interpretado como dois «1».

Esta peça, de linguagem artística classicizante é composta por pedestal de base quadrangular, pela incrição, pelo fuste estriado no primeiro terço e canelado nos dois seguintes e pelo caputel com colarinho estriado, rematado por volutas e flores. A peça é rematada pela cruz de secção quadrangular. As suas extremidades são flordelisadas. Cristo é representado pregado na cruz, na face virada ao Largo. Sobre a cabeça do Redentor identifica-se a existência de um resplendor e, sobre este, o título. As linguagem decorativa empregue situam a feitura deste cruzeiro nos séculos XVI ou inícios de XVII.   

Através da análise dos registos fotográficos é possível aferir-se a movimentação deste cruzeiro ao longo do século XX. Albano Belino indica que esta peça foi, em 1900, encostada à fachada da igreja de São Francisco, virada ao largo, onde se manteve pelo menos até 1940/1950. Por volta desta época é movido para a rua em frente ao adro da igreja. Com o arranjo urbanístico do jardim, realizado aquando de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, o jardim foi reduzido, sendo criado um muro de sustentação. Consequentemente  o cruzeiro foi recuado, mantendo no geral do seu alinhamento. Atualmente encontra-se em pleno largo de São Francisco, virado para a portaria do antigo Convento de São Francisco.