Este eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.) é uma árvore isolada com tronco vertical, ereto, sem deformações ou podas que o pudessem descaracterizar, apenas tem vindo a ser desramado no tronco, preservando a copa arredondada, com a ramificação concentrada na parte terminal conferindo-lhe uma fisionomia singular. Provavelmente a mais famosa árvore de Guimarães, localiza-se no Monte Cavalinho, de onde é possível ter uma vista privilegiada sobre a paisagem, pois dali se vê a cidade e a cidade a vê também. Considerada por isso uma espécie com elevado interesse cultural. Muitos foram os vimaranenses que cresceram a avistar lá no cimo do Monte do Cavalinho uma enorme árvore, visível desde vários pontos da cidade, que cresce alta e imponente. Elemento de destaque, parecendo mais alto do que realmente é por se encontrar isolado numa imensidão de vinha plantada aos seus pés que reveste toda a encosta. Antigo pinhal, com alguns eucaliptos, foi alterada a sua ocupação aquando da transformação em socalcos para vinha, na década de 1970. O proprietário deixou de pé o eucalipto, que já na altura tinha uma altura impressionante, referindo que de qualquer ponto da cidade sabia onde era o seu terreno. Considerando o Monte Cavalinho como uma referência na paisagem da cidade de Guimarães, é indiscutível a sua afirmação na linha de horizonte, um eucalipto solitário de que se contam muitas histórias. Refere o historiador vimaranense António Amaro das Neves no seu blog Memórias de Araduca, "Lá para o alto do Monte Cavalinho, em vez de uma forca, está hoje um eucalipto de que se contam muitas petas" (in Pelourinho, polé, forca). "Misteriosa, omnipresente, como uma entidade superior. Vista de todo o lado, do alto observa o passar do tempo e os destinos de uma cidade. O isolamento que a caracteriza é simultaneamente motivo de interesse e curiosidade em quem a olha. Pela perspectiva de profissionais e artistas e pela voz de populares, ao mesmo tempo que se conta a história de uma árvore exploram-se os mitos e símbolos que ao longo dos anos lhe foram atribuídos. Com a árvore no horizonte, o filme percorre o imaginário e inconsciente vimaranenses até onde houver estrada"(in Onde a Estrada Acaba (2012) Curta-metragem).