A Quinta do Ribeiro fica localizada no centro da freguesia, na rua do Campinho. A propriedade é composta pela casa senhorial brasonada e campos que se desenvolvem para nascente e sul. A primeira construção terá sido edificada provavelmente no século XVII, tendo sofrido uma grande ampliação no início do século XVIII, com a definição da planta em “U”, que na segunda metade desse século foi fechado pelo portal. Em 1754 ficou concluída a capela dedicada a São Domingos de Gusmão, implantada a sul da casa, com a fachada principal voltada para o exterior. Deste conjunto principal emana uma clara indexação ao gosto barroco da arquitetura nobre no Minho. Junto à capela encontra-se um edifício de apoio agrícola, com um piso, também encostado ao muro da rua. A norte implanta-se um outro edifício longitudinal de apoio agrícola. A sul da casa, próximo da capela, situa-se o jardim formal delimitado pela imponente fonte.

A casa do Ribeiro é sobradada com piso inferior de serviços e adega, e desenvolve-se com planta em “U” em torno do terreiro, fechado pelo muro da rua no qual se instalou o portal de acesso principal. Na ala norte tem uma ampliação da volumetria e uma torre que se ergue um piso acima da casa, no ângulo nordeste. O edifício é de alvenaria de granito pintado de branco, com fachadas enquadradas por elementos de granito como embasamento, pilastras, cunhais apilastrados, cornijas e molduras de vãos. As coberturas são diferenciadas com quatro águas em telha.

A frente da rua é composta pelo longo muro da propriedade ao qual se adossam todos os edifícios. Este muro é pintado de branco, rematado com granito aparente e encimado por diversos pináculos piramidais simples. De norte para sul, temos implantado o edifício de apoio agrícola longitudinal, com um acesso rasgado no muro, seguido da casa principal com a fachada principal enquadrando o portal, seguida pela fachada principal da capela e por último o outro edifício de apoio agrícola.

A fachada principal da casa, voltada para a rua, é marcada pelos topos das alas laterais, com dois pisos enquadrados por cornija e pilastras, rasgados no piso superior por uma janela de sacada cada. Entre estes eles encontra-se o portal, inserido em muro de alvenaria de granito aparente, rematado por cornija com terminações em voluta, definido por três panos divididos por pilastras toscanas encimadas por urnas. No pano central encontra-se o portal com arco de volta perfeita, rematado por frontão desenhado por cornija com volutas, interrompido pelo brasão dos Peixoto, Pereira, Fonseca e Miranda, que é sobrepujado por armadura sob corvo com peixe no bico.

O portal dá acesso ao terreiro onde se encontra a fachada principal do terreiro, na ala central, formada por três panos separados por pilastras toscanas. As paredes são pintadas de branco com vãos de madeira pintada de branco, em quadricula envidraçada, com aro mais escuro e molduras em granito. O pano central é marcado pela escadaria de acesso à porta de entrada principal, com duas folhas envidraçadas, ladeada por janelas de guilhotina de quadrícula envidraçada. A escadaria é dupla e simétrica, constituída por dois lanços em “L”, com arranque em voluta, que convergem para o patamar da entrada, com guarda em granito encimada por pináculos. Sob o patamar rasga-se uma passagem inferior em arco de volta perfeita de acesso à adega. As fachadas das alas laterais são marcadas por friso que define os dois pisos, com panos simétricos e pilastras toscanas. O primeiro é rasgado por uma porta e pequenas frestas, e o piso de habitação por janelas de guilhotina.

A fachada posterior é marcada por três panos separados por pilastras. O pano central tem uma escada de um lanço retilíneo em granito, com guarda em ferro, colocada ao centro, fazendo a ligação da habitação ao terreno. O patamar é composto por uma laje apoiada sobre os cachorros da fachada e sobre a imposta do bloco maciço da escada, permitindo passagem inferior com porta de acesso à adega. A porta é ladeada por quatro postigos horizontais, que se alinham com as janelas superiores, de abertura em guilhotina, que ladeiam a porta da casa, acompanhadas por pequenas mísulas decorativas. O pano da esquerda é definido pelo topo da loggia, que rasga a fachada sul, e o pano da direita é representado pela torre com três pisos.

A fachada sul é rasgada por diversas portas e janelas simples, no piso de serviços, e o piso de habitação é rasgado por janelas de guilhotina, rematando com varanda à direita. A varanda é recortada na volumetria, com murete em granito e teto em masseira de madeira pintada, apoiado sobre quatro colunelos.

A fachada lateral norte é definida por diferentes volumetrias. Em primeiro plano surge o corpo da cozinha e em segundo plano a ala norte e da torre, que tem uma pequena volumetria adossada. A fachada da cozinha é rasgada por janelas de guilhotina, com janela de sacada á esquerda e chaminé alta à direita. No interior a chaminé ocupa toda a largura da cozinha, assente em duas colunas de granito. O pavimento e paredes são também em granito.

No interior destacam-se também os tetos das salas em masseira de madeira simples e masseiras com caixotões pintados com motivos vegetalistas. Assinalam-se ainda as janelas com namoradeiras e portadas interiores.

Atualmente a quinta tem utilização residencial e turística, tendo-se convertido numa unidade de Turismo de Habitação.

A capela, dedicada a São Domingos de Gusmão, foi concluída em 1754. Apresenta volumetria vertical, com planta longitudinal de uma nave e fachada principal voltada para o exterior. A planta tem os cantos chanfrados na frente, formando um polígono de seis lados, resultando uma fachada frontal com três faces. As paredes exteriores são rebocadas e enquadradas por cunhais apilastrados, cornija e molduras de vãos em granito. A cobertura é formada por seis águas telhadas.

A fachada principal é composta pelos três panos, separados por cunhais apilastrados. O pano central é rasgado pelo portal que remata em desenho curvo invertido. Este é encimado por um óculo quadrado com cantos curvos, em quadricula envidraçada de ferro, ladeada por dois vãos retilíneos verticais dos panos laterais. Em cada pano da fachada, sobre estes três vãos, eleva-se a empena com cartelas rococó modeladas em gesso e pintadas de branco, com motivos fitomórficos. O vão do lado esquerdo tem uma porta que faz a ligação entre o coro-alto e o passadiço de acesso à casa, com sineira de arco pleno assente sobre o muro. O acesso ao passadiço é feito por escada de um lanço, com arranque em voluta.

As fachadas laterais da nave são rasgadas por uma janelas altas em casa lado. Na fachada posterior, voltada a nascente, abre-se um portal encimado por janela.

No interior a nave tem teto oitavado, em madeira pintada, e pavimento em taburnos de madeira com guias em granito. O coro-alto encontra-se sobre a entrada, com balaustrada de madeira pintada com marmoreados. Por baixo do coro o teto é composto por caixotões de madeira pintados com marmoreados com a data da capela inscrita: 1754. À esquerda da nave encontra-se o púlpito e à direita o acesso à sacristia. A passagem para a capela-mor faz-se por arco de volta perfeita.

No exterior destacam-se o jardim e a fonte. O jardim formal é recortado por caminhos e canteiros de buxo, fechado a sul pela monumental Fonte das Três Virtudes.

A fonte é constituída por um longo espaldar recortado, com três panos de paramentos pintados de branco e elementos decorativos em granito de estilo rococó, com tanque de grande dimensão, acompanhando a largura do espaldar, com desenhos curvilíneos. O pano central ocupa quase toda a extensão da fonte, com dois pequenos panos laterais encimados por vasos Medici. O centro é marcado pelas bicas de águas com leão ladeado por golfinhos, encimado e ladeado por três nichos embutidos, com arco de volta perfeita, que teriam as imagens da Fé, Esperança e Caridade, as três virtudes. Acima, o espaldar eleva-se modelado por volutas e coroado por pináculo com ave.

Ladeando o conjunto central encontram-se outros dois nichos onde estariam colocadas as imagens de Nossa Senhora do Carmo e São José, encimados por elemento decorativo em forma de concha.