A Quinta do Paço, actualmente com cerca de 50ha é dominada pelo seu núcleo edificado, que beneficia de uma posição sobranceira aos campos de cultivo, jardins e à mata envolventes. A presença de vários elementos de ordenamento e ornamento da quinta, com uma alameda de entrada, jardins na evolvente próxima da casa principal e uma mata com caracteristicas ornamentais, poderá afirmar a matriz formal deste conjunto, que remete para as Quintas de Recreio, conciliando os espaços com função produtiva com os espaços de recreio, para prazenteio dos proprietários. O acesso é fácil, tanto de automóvel como pedonal, junto à rua da Liberdade (estrada nacional EN309). No limite norte, a propriedade é acompanhada por caminho de acesso indicado para uso pedonal, em que existe um trilho pedestre marcado. No interior da propriedade os caminhos têm dimensão suficiente para acesso a veículos, com pouco declive. As origens da quinta do Paço em Briteiros S. Salvador não são claras, podendo-se aferir, de acordo com Craesbeeck (1726) que era descrita no século XVIII como “quinta muito grande e nobre e muito copada de carvalhos”. Assim, é percetível a importância da quinta, bem como a presença de um arvoredo notável. Na segunda metade do século XIX o Paço tornou-se propriedade da sociedade comercial do Porto. Será provavelmente nesta época que se terão realizado profundas obras de restauro na quinta do Paço, com a reconstrução da casa e torre, deslocação da capela de fronte da casa para o outeiro onde hoje se encontra, bem como a construção do lago e reorganização dos jardins, com toda ambiência romântica que compõe o conjunto, característica da época. Será também do mesmo período o redimensionamento das dependências à atividade agrária. 

A entrada principal da quinta é feita através portal armoriado, com portão inserido em muro semi-cicular recuado relativamente à rua. Após a entrada segue-se uma alameda arborizada composta por algumas espécies arbóreas de dimensões notáveis como a Tília (Tilia tomentosa) e algumas coníferas, criando um alinhamento do qual também fazem parte espécies arbóreas de menor porte como as camélias (Camellia japónica), palmeiras-do-méxico (Washingtonia robusta), e arbustos, como as hortênsias (Hydrangea macrophylla). Percorrendo esta alameda, ganha-se cota até ao espaço frontal e lateral da casa principal, caraterizado por um conjunto arbóreo de espécies ornamentais diversificado, com exemplares de dimensões consideráveis. Em frente à fachada principal, voltada a poente, existe um conjunto arbóreo denso, composto por algumas espécies de coníferas - araucária (Araucaria spp.), cedro (Cedrus spp.), cipreste (Cupressus spp.)), que criam um espaço ensombrado em torno de um chafariz em pedra inserido no centro de tanque/espelho-de-água circular. O chafariz é ornamentado com alguns motivos florais na base, com taça fechada por outra taça invertida e quatro figuras femininas que jorram água através de bicas localizadas nos seios das figuras. O restantes ornamentos presentes no chafariz são de motivos florais com o topo coroado por pequeno pináculo com possível acabamento em escamas. Na envolvente do tanque/espelho-de-água com chafariz também se encontram exemplares de camélias, hortênsias (Hydrangea macrophylla ) e palmeira-do-méxico (Washingtonia robusta). Do lado oposto ao edíficio, encontram-se dois jardins de desenho formal com caraterísticas distintas. Um jardim central, alinhado com o edíficio, de maiores dimensões, percorrido por pequenos caminhos, que se estendem para nascente/norte até à área de mata. O jardim é composto por canteiros relvados (correspondendo possivelmente a antigos “parterre” com flores) e vegetação conduzida em topiária com formas esféricas, sobretudo buxus (Buxus sempervirens). No centro do espaço do jardim com formas geométricas, encontra-se um espelho de água em granito com pequeno chafariz ao centro, com um pináculo de forma aguçada inserido em cada aresta do espelho de água. Também se podem encontrar pináculos em granito com motivos florais, provavelmente deslocalizados para este jardim e floreiras em pedra com forma de taça, pontuando o espaço junto das sebes de buxo. Nas laterais do jardim, encontram-se bancos em pedra simples e namoradeiras. O limite nascente deste jardim é contido por uma sebe de camélias, acompanhada por algumas espécies arbóreas, como o tulipeiro-de-Virgínia (Liriodendron tulipifera) e cipreste-da-Califórnia (Cupressus macrocarpa), entre outras.  Do lado nascente do edifício principal, existe outro jardim formal, de implantação quadrada, formado por quatro canteiros fechados com sebes em buxo (Buxus sempervirens), aberturas para bancos em pedra (namoradeiras), pormenores ornamentais na pedra com motivos vegetalistas e estrutura de suporte para sebe.  No centro destes quatro canteiros fica um pequeno espelho de água central com chafariz em pedra. Imediatamente contíguo a este jardim fica um pombal, a sul, e alguns metros a nascente, um tanque agrícola em granito de grandes dimensões que serviria de reservatório de água. A nascente/ norte da casa principal, depois do jardim formal, um percurso, alinhado pelo eixo da alameda de entrada, encaminha para um grande lago, de forma orgânica, com ponte e queda de água rodeado de uma mata com predominio de espécies ornamentais. A vegetação que rodeia o lago é diversificada, desde as Iúcas (Yucca gloriosa), as camélias (Camellia japonica), a magnólia-branca (Magnolia grandiflora) e espécies arbóreas de dimensão considerável, coníferas, como Cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitânica) e folhosas, como carvalho-Alvarinho (Quercus robur) e o tulipeiro-da-Virgínia (Liriodendron tulipifera). O desenho do lago, assim como os detalhes de construção das margens e ponte, remetem para um tipo de intervenção e estética presente em parques e jardins típicos do início do século XX. Acima da zona do lago, desenvolve-se uma mata e área florestal que envolve a capela de Stª. Margarida e que acompanha o muro da quinta a norte. Esta mancha florestal é composta maioritariamente por espécies coníferas (possivelmente Cupressus macrocarpa e Cedrus atlantica), associadas sobretudo às margens dos caminhos e na envolvente da capela.  Na restante área arborizada proliferam as acácias (Acacia) e eucaliptos (Eucalyptus), alguns com grande dimensões, havendo também alguma regeneração de carvalhos (Quercus robur). Esta área de mata, que envolve a capela de Stª. Margarida, gera uma área ensombrada com presença de alguns afloramentos de granito, distinta da grande maioria das áreas da restante quinta, onde predominam os campos agrícolas. Este mancha arbórea ocupa quase todo o limite norte da propriedade. A poente desta área arborizada, fica um denso olival, junto a um caminho que faz a ligação entre o núcleo edificado principal e o antigo sequeiro. Do lado nascente da alameda, a sul da casa principal encontram-se algumas parcelas de terreno que sugerem uma utilização anterior como hortas ou quinteiros, apoiados na proximidade dos galinheiros e currais. A nascente, a quinta é dominada pela presença de extensos campos de regadio, atualmente utilizados para culturas forrageiras que envolvem todo o lado nascente da quinta, confrontando com os terrenos da quinta da Cavada (com edíficios projetados pelo arquiteto Fernando Távora), desde a rua da Liberdade até o limite norte da propriedade.