A Quinta de Perlinhos de Cima situa-se na zona sul da freguesia. O edifício da quinta localiza-se a norte da propriedade, junto da rua que lhe dá acesso. A implantação, em forma de “L”, abre-se para sul. A habitação desenvolve-se no piso superior e os apoios agrícolas no inferior. A fachada norte é extensa, com piso inferior cego e portal ao centro sob um brasão colocado no piso superior. O piso superior é composto por vãos ritmados e mísulas. Enquanto que estas características lhe conferem uma certa imponência e austeridade, o mesmo não se passa com a fachada sul. Esta tem um carácter vernacular e rural, com o típico alpendre e varandim virados para o eido, o ponto central das atividades agrícolas da quinta. No centro tem uma escada de acesso ao varandim, que separa o alpendre do portal de entrada. No topo do “L”, mais a sul, está localizado o sequeiro.

O sequeiro é composto por dois pisos com estrutura de granito no piso interior, marcada por dois vãos, com pedras reaproveitadas de outra estrutura conforme nos sugerem as pedras das padieiras. O piso superior é constituído por ripado de madeira, fechado por cobertura de três águas telhadas.

Desconhece-se a quem pertenceu o domínio pleno desta propriedade. Sabe-se apenas que aqui se fixaram como enfiteutas, no início da primeira metade do século XVIII, o casal Manuel Álvares e sua mulher Maria da Cunha, em cuja geração correu o domínio útil e, já na segunda metade do século seguinte, a propriedade plena. No entrar do século XX, a quinta deve ter mudado de propriedade, tendo em conta que nenhum dos filhos do último proprietário, Domingos José Esteves Guimarães, emigrados em França, aí continuou residência. Passa a propriedade a ser ocupada pelo casal António de Oliveira e sua mulher Rosa Marques, caseiros simples, ou locatários.