A Igreja do Divino Salvador está localizada no centro da freguesia, voltada para nascente. A volumetria é composta por uma nave com capela-mor mais baixa, sacristia e parede sineira adossados a norte. As paredes exteriores são de alvenaria de granito, de aparelho regular, rematadas por cornija, que apoia as coberturas de duas águas na nave e capela-mor, e três águas na sacristia.

A fachada principal está enquadrada por cunhais apilastrados, encimados por pináculos, e por friso sob cornija contínua ligeiramente interrompida junto às bases, coroada por cruz latina sobre pedestal. Ao centro é rasgada pelo portal sob janelão de quadricula envidraçada, ambos com molduras em granito.

A parede sineira flanqueia a fachada pela esquerda, num plano ligeiramente recuado. Apresenta dois registos separados por cornija: o primeiro cego e rematado por cunhal apilastrado, o segundo com duas sineiras de arco de volta perfeita, uma de um sino e outra mais estreita com dois pequenos sinos sobrepostos. É rematada por cornija curva, encimada por cruz sobre acrotério, ladeada por pináculos. A tardoz, uma escada de granito desemboca num patamar, da largura da torre, dando acesso ao campanário e à entrada para o coro alto.

As fachadas laterais da nave são rematadas por cornija simples. A norte, além da porta de acesso ao coro, tem também uma fresta. A sul a fachada é rasgada por dois janelões altos, com quadricula envidraçada, um no coro alto e outro próximo da capela-mor. A porta é formada por onze aduelas que formam um arco quebrado. Sobre o arco a alvenaria possui pequenas reentrâncias que serviriam de apoio à estrutura de um alpendre entretanto desaparecido.  

As fachadas laterais da capela-mor são rematadas por cornija apoiada sobre cachorros lisos. A sul a fachada é rasgada por uma janela em capialço, em quadricula envidraçada. Na fachada posterior abre-se uma fresta vertical em capialço, com arco de volta perfeita.   

O corpo da sacristia é simples, com aberturas pequenas para entrada de luz e portas a poente e nascente.

No interior, um arco triunfal de volta perfeita faz a transição da nave para a capela-mor. Aquando das obras de requalificação da igreja em 2008, foram encontrados frescos do século XVI nas laterais do arco, que se encontravam ocultos pelos retábulos laterais. Os frescos representam três figuras, entre elas a de São Sebastião.

A origem da Igreja remonta à época medieval, conforme se pode ler pela irregularidade estereotómica e pela leitura de vãos: fresta e cachorros da capela-mor e porta de arco quebrado da nave. A primeira aduela do lado direito contém uma inscrição com a data 1261 (“E MCCLXI”) que remontará ao templo primitivo. A igreja teve diversas reformas posteriores, enquadrando-se no século XVII a introdução de cunhais e cornijas da nave e no século XVIII a abertura das janelas da nave e capela mor. A sacristia já existiria no início do século XVIII.