O rio Vizela é o principal afluente da margem esquerda do rio Ave, com nascente a mais de 700m de altitude, na Alto de Morgaír, na antiga freguesia de Gontim, concelho de Fafe. Tem a foz localizada em Vila das Aves, concelho de Santo Tirso. As características naturais deste curso de água são marcadas, inicialmente, pela formação de quedas de água e rápidos, na zona de Fafe. É envolvido por diversas estruturas industriais, tanto nas suas margens, como nas margens dos seus principais afluentes – o rio Ferro e Bugio, fora do concelho de Guimarães. Esta linha de água, de regime permanente, tem uma extensão total próxima dos 50km quilómetros e uma área de sub-bacia hidrográfica total com cerca de 340km2. Dos cerca de 11,7 quilómetros que percorre dentro do concelho de Guimarães, o rio Vizela passa por 3 freguesias (Serzedo, Lordelo e Moreira de Cónegos). O rio entra em Guimarães, sensivelmente à cota 160m de altitude, na freguesia de Serzedo, que se localiza na sua margem direita, próximo do lugar de São João, separando-se neste limite, do concelho de Felgueiras, a nascente. Dentro do concelho de Guimarães, dos afluentes que desaguam no rio Vizela, de montante para jusante, podem destacar-se apenas as linhas de água na margem direita: o ribeiro de Cabra, o ribeiro de Pombeiro, o ribeiro do Bairro, o ribeiro de Pereirinhas, o ribeiro de Barrenta, o regato de Nespereira, o ribeiro da Gandarela, o ribeiro de Freitas, ribeiro de Venal, e o ribeiro de Samar. Da ocorrência de património imóvel ao longo do rio, nas margens no concelho de Guimarães, merece destaque a ponte de S. João e a ponte do Arco, em Serzedo; a ponte de São Martinho do Campo e a ponte de Negrelos, em Moreira de Cónegos; assim como a antiga estalagem e a casa da ponte do Arco, em Serzedo. Em Serzedo, próximo da ponte de São João, o vale do rio Vizela abre, tornando-se mais espraiado, em contraste com margens declivosas e apertadas que tinha até aqui. A vegetação arbórea abundante nesta área permite ocultar o viaduto da A7 que passa a sul, envolvendo a área agrícola do vale, criando um espaço fechado sobre o rio. A partir do viaduto até à ponte (estrada nacional 101) sobre o rio, a envolvente do rio é arborizada, continuando assim para jusante da área da ETAR de Serzedo. No troço entre a ETAR e o limite do concelho, as áreas agricultadas vão marcando a paisagem, formando uma veiga extensa que se estende para o concelho de Felgueiras. Este vale aberto sofre um estreitamento junto da ponte do Arco, devido à presença de um outeiro na margem esquerda. O troço do rio apresenta, algumas áreas de galeria ripícola, entre a ponte do Arco e todo o troço que serve de limite com o concelho de Felgueiras. O declive suave da margem direita permite um efeito de anfiteatro sobre o curso de água, de onde se tem vistas panorâmicas assinaláveis sobre a paisagem agrícola que acompanha o rio. Em Moreira de Cónegos, a margem do Vizela no concelho de Guimarães é marcada pela implantação industrial densa, no troço inicial que percorre esta freguesia. Na área em que as margens apresentam maior declive, a ocupação industrial dá lugar áreas florestais. No segundo terço do tramo do rio Vizela que banha Moreira de Cónegos, a margem direita é urbanizada e ocupada por diversos terrenos incultos. Em Lordelo, a ocupação industrial marca a paisagem na margem direita do rio Vizela, acompanhada da pela presença da linha de caminho-de-ferro, tal como em Moreira de Cónegos. Dos locais com maior interesse pela organização e qualidade da paisagem, pode-se destacar a área envolvente à ponte de S. João, com a área agrícola e o rio envolvidos por vegetação arbórea densa, e a área de vale e várzea agrícola que acompanham o troço do rio junto à ponte do Arco, com a presença de galeria ripícola densa e caminhos agrícolas, e diversos locais de onde se pode observar esta paisagem.